Um dos primeiros eventos que deram visibilidade à moda brasileira foi o Phytoervas Fashion (1994), que abriu oportunidades a novos estilistas de mostrar suas coleções. Foi dele que ascenderam nomes como Alexandre Herchcovitch e Fause Haten. Na ocasião, as modelos tiveram de vir de fora do país, pois as agências de modelo aqui eram escassas, assim como todo o mercado nesse ramo. O evento também apoiou financeiramente todos os estilistas, para que fossem possíveis as suas estilizações. Dessa forma, alcançou sucesso, crescendo a cada edição. Entretanto, a Phytoervas foi vendida para a Bristol-Myers Squibb, em meados dos anos 1990, e passou a ser patrocinado pelo Shopping Morumbi, ganhando o corpo e o nome de Morumbi Fashion.
Seguindo os mesmos passos das outras edições, também o Morumbi Fashion vingou e ganhou maiores dimensões que o esperado. Acabou conseguindo bancar a si mesmo e caminhar por conta própria, encabeçado pelo produtor Paulo Borges, que queria criar no país um calendário fixo para todos os desfiles, como em Paris, Milão e Nova York. Em janeiro de 2001, o Morumbi Fashion ganhou o título de "Calendário Oficial da Moda Brasileira São Paulo Fashion Week".
Com duas edições anuais, o evento lança tendências nacionais de verão e inverno e tem o retorno de milhões de reais em vendas para os diversos compradores do Brasil e do mundo. Realizado no prédio da Fundação Bienal no Parque Ibirapuera, em São Paulo, o SPFW recebe convidados estrangeiros e correspondentes da imprensa especializada de diversos países: Le Figaro, L'Officiel, Harper's Bazaar, Vogue, New York Times, etc.
Apesar da alavancada nacional sobre o cenário de moda e seus lucros relevantes, Michelle Medrado, cientista social graduada pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, professora no Senac e pesquisadora das temáticas de Moda, violência e judiciário, afirma que é necessário saber que a moda não pode ser compreendida apenas pelo viés econômico, porque ela envolve mecanismos de distinção e gosto. Se a questão é moda, trata-se então de algo que os indivíduos portam, carregados de símbolos e representações, mas portam sobre o seu corpo, imprimindo desse modo a expressão de um valor social construído pelo grupo do qual participa, valor este arquitetado na produção cultural e política que organiza esses corpos.
O maior pólo de moda do Brasil abre espaço também para os estilistas iniciantes e undergrounds, com a Semana de Moda - Casa de Criadores.
O evento vem sendo realizado desde maio de 1997. Na ocasião, havia seis estilistas no projeto, que teve lugar na sede do Fundo Social de Solidariedade de São Paulo, no Parque da Água Branca, e não contou com patrocinador algum. Hoje, o projeto, voltado para os jovens criadores, tem diversos patrocinadores e acontece em locações variadas, quase sempre inusitadas, como o Vale do Anhangabaú, no evento de 1996.
Michelle explica que as necessidades culturais são construídas por muitas vias, como a educação, mas não apenas a educação familiar, mas a educação das construções sociais legitimadas e pautadas pelo conjunto da sociedade, entendidas como regras de convivência definidas pela tradição. Desta forma, podemos concluir que o Brasil exporta para o mundo um pouco de cada cultura, afinal o país é caracterizado como um paraíso tropical, onde convivem em harmonia todas as etnias.
Matéria publicada na Revista de Sociologia Ciência & Vida, ano II. número 18 (disponível online)
Seguindo os mesmos passos das outras edições, também o Morumbi Fashion vingou e ganhou maiores dimensões que o esperado. Acabou conseguindo bancar a si mesmo e caminhar por conta própria, encabeçado pelo produtor Paulo Borges, que queria criar no país um calendário fixo para todos os desfiles, como em Paris, Milão e Nova York. Em janeiro de 2001, o Morumbi Fashion ganhou o título de "Calendário Oficial da Moda Brasileira São Paulo Fashion Week".
Com duas edições anuais, o evento lança tendências nacionais de verão e inverno e tem o retorno de milhões de reais em vendas para os diversos compradores do Brasil e do mundo. Realizado no prédio da Fundação Bienal no Parque Ibirapuera, em São Paulo, o SPFW recebe convidados estrangeiros e correspondentes da imprensa especializada de diversos países: Le Figaro, L'Officiel, Harper's Bazaar, Vogue, New York Times, etc.
Apesar da alavancada nacional sobre o cenário de moda e seus lucros relevantes, Michelle Medrado, cientista social graduada pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, professora no Senac e pesquisadora das temáticas de Moda, violência e judiciário, afirma que é necessário saber que a moda não pode ser compreendida apenas pelo viés econômico, porque ela envolve mecanismos de distinção e gosto. Se a questão é moda, trata-se então de algo que os indivíduos portam, carregados de símbolos e representações, mas portam sobre o seu corpo, imprimindo desse modo a expressão de um valor social construído pelo grupo do qual participa, valor este arquitetado na produção cultural e política que organiza esses corpos.
O maior pólo de moda do Brasil abre espaço também para os estilistas iniciantes e undergrounds, com a Semana de Moda - Casa de Criadores.
O evento vem sendo realizado desde maio de 1997. Na ocasião, havia seis estilistas no projeto, que teve lugar na sede do Fundo Social de Solidariedade de São Paulo, no Parque da Água Branca, e não contou com patrocinador algum. Hoje, o projeto, voltado para os jovens criadores, tem diversos patrocinadores e acontece em locações variadas, quase sempre inusitadas, como o Vale do Anhangabaú, no evento de 1996.
Michelle explica que as necessidades culturais são construídas por muitas vias, como a educação, mas não apenas a educação familiar, mas a educação das construções sociais legitimadas e pautadas pelo conjunto da sociedade, entendidas como regras de convivência definidas pela tradição. Desta forma, podemos concluir que o Brasil exporta para o mundo um pouco de cada cultura, afinal o país é caracterizado como um paraíso tropical, onde convivem em harmonia todas as etnias.
Matéria publicada na Revista de Sociologia Ciência & Vida, ano II. número 18 (disponível online)
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