Atualizações por RSS e Email

17 de dezembro de 2010

Revisão bibliográfica em Moda

Não faz tanto tempo que me tornei pesquisadora na temática da Moda.
E por isso às vezes, tomo alguns sustos de como ela não ainda tem tanto para se desenvolver, seja em pesquisas acadêmicas ou em bibliografia. Uma publicação me chamou atenção nos últimos meses, foi de uma pesquisadora que se preocupou em catalogar a quantidade de publicações em língua português, artigo publicado na Revista Ciência e Cultura da SBPC.
É um fato, isso é novo! Afinal, somente há 30 anos a academia e o mercado de moda, estão se consolidando.

7 de dezembro de 2010

Pelo o que podemos entender História da Moda?

Uma das minhas perguntas na pesquisa de Moda é: em que momento ela saí das passarelas e ganha o status de expressão nacional?

Percorrendo este caminho encontrei este vídeo intitulado: História da Moda.

http://www.miracaofilmes.com.br/#/destaques/84/

Infelizmente, o título não acompanha o conteúdo. Pois o que vemos é uma consultoria de imagem. Não estou desmerecendo a produção e a entrevistada, mas o título deveria ser mudado.

28 de novembro de 2010

Novas inquietações.

O ano de 2010 é especila para o campo da moda,  a partir deste momento devemos pensá-la como instituição social. Pois desde março ela recebeu à atribuição de Cultura brasileira.

Parece que surgiu uma nova jornada!

Como pensar a moda no âmbito da cultura?
Quais são as discussões dentro deste campo que atribuiram este status?
Quais são os interesses políticos, sociais e sobretudo o ecônomico!?

Com essas inquietações tenho uma nova problemática de pesquisa que junta ao objeto de estudos antropológico, com a necessidade do aparato histórico.

Mãos à obra! 

Provadores Online

Novas técnicas para vender e disseminar a coleção estão associadas a nova ferramenta do provador online, o sistema usa realidade aumentada e detecção de movimento como forma de aproximação com clientes e usuários.

A marca Zinco, acaba de entrar no grupo que utiliza esta ferramenta, o grupo é composto por outras 3 marcas:Morena Rosa, Joy e Maria Valentina.
Os interessados não só conferem as coleções de cada uma das grifes como também têm a oportunidade de experimentar as roupas pelo computador e compartilhar suas produções com seus amigos virtuais.

22 de novembro de 2010

San Francisco

A cidade de San Francisco, localizada ao norte da California, é conhecida pela sua neblina fria do verão e suas íngremes colinas; carrega em sua história muitas transformações, o nome da cidade antes da guerra Mexicana-Americana (1847), era Yerba Buena, o mesmo nome do Centro de Arte Yerba Buena. É uma cidade pequenina, seu centro de compras a Union Square, tem uma arquitetura que mistura traços vitorianos e modernos, os quais remete à lembranças da São Paulo antiga, por meados da década de 50.

O que seduz o olhar e transmite ao visitante é a vontade de percorrer as ruas caminhando. Mas o transporte público também é um evento ao visitante, com bondinhos funiculares, ônibus elétrico, além do metrô e do táxi.

Fazer compras na Union Square é encontrar uma diversidade de lojas incríveis. Desde a Macy’s à Prada, Hèrmes e a rua financiada pela Chanel a Maiden Lane Gates.

A cidade é simplesmente charmosa, e se o turismo for de compras, é uma ótima opção.

Matéria originalmente publicada na minha coluna: Revista Roteiro da Moda.

Produção de moda e o mercado de exploração do trabalho.

Decidi publicar a matéria na íntegra. O contéudo revela a dimensão do cotidiano dos trabalhadores bolivianos que produzem, no sentido literal, as peças que depois chamaremos de Moda, e serão atribuídas sentidos e valores simbólicos, bem como os de mercado.

Vale a leitura. Não devemos achar que a descrição e a apresentação nos dá a totalidade dos fatos, mas ela anuncia um o outro lado da cadeia produtiva, econômica e do glamour.

Materia originalmente publicada no Passa Palavra*, no dia 07 de novembro de 2010.

Tramas da exploração: a migração boliviana em São Paulo

Quem se depara com o brilho das vitrines e a assepsia do ambiente destas grandes lojas talvez não imagine em que condições têm sido produzidas as mercadorias que ali ficam expostas. Por Bruno Miranda e Taiguara

Os registros do Serviço Nacional de Migração da Bolívia, ao final de 2004, indicavam que pouco mais de 14% dos bolivianos viviam fora do país. Dos 9,8 milhões de bolivianos estimados mais recentemente (população total), cerca de 3 milhões estão no exterior em caráter permanente, o que elevaria a porcentagem a 23%. Os bolivianos têm emigrado a destinos conhecidos, como Estados Unidos e Argentina, e outros mais recentes, como Espanha e Brasil. Estas são as quatro principais rotas migratórias traçadas nas últimas décadas.

Quanto ao destino, as rotas indicam que, antes de 1995, o principal destino eram os EUA, mas nos últimos cinco anos tem sido a Espanha. Mesmo assim, destinos regionais, como Argentina e Brasil, se mantêm como abrigo de migrantes de menor nível de instrução formal, menor renda e menos possibilidade de mover-se intercontinentalmente. No caso brasileiro, depois de haver recebido ondas de migrantes italianos, alemães e japoneses durante o século XX, além de libaneses e coreanos, a partir dos anos 80 e princípio dos anos 90, a metrópole de São Paulo tem recebido emigrantes bolivianos de maneira massiva e incessante. Embora a migração Bolívia-São Paulo tenha iniciado na década de 50, este é o caso migratório atual mais expressivo em termos nacionais.

Os números da migração Bolívia-São Paulo são confusos: o Consulado da Bolívia na cidade calcula entre 50 e 60 mil a cifra de indocumentados; a Pastoral do Imigrante afirma haver 70 mil na mesma situação, metade dos quais no bairro do Brás, tradicional acolhedor de imigrantes; o Centro de Estudos Migratórios (CEM) considera que existem entre 60 e 80 mil, dos quais 25% estão em situação irregular; o Ministério do Trabalho e Emprego, por sua vez, estima que o número varia entre 10 e 30 mil indocumentados; enquanto o Ministério Público calcula em 200 mil o total de imigrantes na capital paulista.[1]

As causas da migração interna campo-cidade experimentada na Bolívia nos anos 80 (migrantes de 1ª geração), que incluem basicamente dificuldades decorrentes do esgotamento do campo e do avanço do minifúndio [2], fazem parte do conjunto de causas da migração transnacional a São Paulo que se inicia posteriormente (migrantes de 2ª geração) e que incluem, ademais, necessidade de força de trabalho precária e mal remunerada no setor de confecções paulista, tráfico humano para prostituição e trabalho em outros ramos, assim como narcotráfico.

Ambas as gerações de migrantes foram impactadas direta ou indiretamente pelo Decreto Supremo 21.060, instituído em 1985 pelo governo de Paz Estenssoro, através do qual milhares de mineiros e operários fabris, antes inamovíveis pela legislação laboral, foram despedidos e forçados a engrossar o trabalho informal boliviano (veja aqui). Todos os elementos contidos no decreto se somam às decisões pessoais e familiares de bolivianos em busca de trabalho. São, portanto, os trabalhadores informais aymara e quéchua que se tornam imigrantes clandestinos em São Paulo.

Foto de Mario Duran

Foto de Mario Duran

O estudo de Arroyo Jiménez [3]indica que três de cada dez lares da área metropolitana de La Paz participam do fenômeno de migração laboral transnacional, correspondente a uma em cada dez pessoas da mesma área geográfica, que também inclui a cidade de El Alto, principal receptora do êxodo rural na Bolívia e uma das principais cidades-origem dos trabalhadores migrantes em São Paulo. Com mais força a partir de 1985, a migração laboral transnacional foi aumentando e se tornou um fenômeno estrutural da sociedade boliviana atual.

Alcaldía Municipal de El Alto 2007-2011

Alcaldía Municipal de El Alto 2007-2011

Embora seja mais arriscada, boa parte dos migrantes com destino a São Paulo recorre à migração clandestina, pelo acesso limitado e pela falta de informação sobre os procedimentos e requisitos migratórios.[4] Com uma fronteira de mais de 3.000 km, os principais pontos de travessia são as regiões fronteiriças de Guajará-Mirim, no estado de Rondônia; Cáceres, no estado de Mato Grosso; e Corumbá, em Mato Grosso do Sul.

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Além disso, trata-se de migração laboral com características sócio-econômicas bem definidas: geralmente, são pessoas do sexo masculino – embora a feminização seja crescente –, entre 18 e 44 anos, originários do departamento (estado) de La Paz, que passam a residir nos bairros centrais da capital paulista – sobretudo Brás, Bom Retiro, Pari e Liberdade.[5] Em sua esmagadora maioria, estes trabalhadores são atraídos pelas oficinas de costura ligadas à indústria da moda paulista.

Desprovidos de seus documentos pessoais, nestas oficinas eles são submetidos a condições de trabalho semiescravo, em jornadas que podem chegar a 18 horas sob o sistema de cama-quente [os trabalhadores revezam-se nas mesmas camas], sem poder sair às ruas por dias (ou meses em casos extremos) para evitar as denúncias de que são ameaçados pelos donos desses estabelecimentos clandestinos (em geral, bolivianos e coreanos).[6]

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Foto de Mario Duran

Se na Bolívia os trabalhadores informais ao menos ocupam o espaço público, calçadas, ruas e avenidas, transformando o cenário de cidades como La Paz e El Alto em feiras gigantescas a céu aberto, quando chegam a São Paulo eles dificilmente se sociabilizam longe das diminutas oficinas, sem as condições de higiene e segurança no trabalho suficientes, sob risco de doenças fisiológicas e psico-sociais. Nestes espaços, podem ficar “aprisionados” até que consigam pagar as dívidas contraídas com seus coiotes [7] e/ou donos de oficinas, de acordo com o rendimento que obtêm com seu próprio ritmo de produção. Ao sair, ainda sofrem a xenofobia e o racismo característicos de uma cidade historicamente segregadora como São Paulo.

foto-oficinaO trabalhador informal migrante de La Paz e El Alto é um trabalhador que se origina de um mercado de trabalho marcado por pequenas oficinas familiares de costura de sapatos e tecidos andinos. Nos primeiros anos da década de 90, surgiram no altiplano boliviano centenas de oficinas de confecção de caráter familiar e/ou semiempresarial, nas quais a jornada de trabalho também pode ser exaustiva e chegar a 12 horas. Nessas oficinas, pratica-se ainda o sistema aprendiz-mestre de ofício, que data do início do século XIX, e não existe uma divisão do trabalho especificamente capitalista entre proprietários e trabalhadores. São estas mesmas oficinas que têm sofrido a perda de costureiros qualificados que decidem migrar para São Paulo e Buenos Aires.

Foto de Maurício Hashizume

Foto de Maurício Hashizume

Mesmo qualificados previamente para o trabalho na indústria têxtil paulista, em São Paulo precisam adequar-se à produção by stress. Os migrantes recebem por peça de roupa produzida, que variam entre R$ 1,00 a R$ 2,00 a unidade, chegando a alcançar mensalmente algo entre R$ 200,00 e R$ 250,00, menos de um terço do piso oficial da categoria (R$ 766,00). Dependendo da época do ano, correspondente aos momentos de maior produção têxtil, sempre conforme o calendário da moda paulista, os bolitas [8]podem chegar a receber de R$ 500 a R$ 700 por mês. Independentemente da época, a alimentação é oferecida pelo próprio dono da oficina de maneira precária.[9]

Por trás das vitrines

logo-marisaA presença de marcas de roupa e grandes magazines conhecidos na cadeia produtiva que se beneficia desta mão-de-obra barata tem sido detectada e divulgada pelos auditores da Secretaria de Inspeção do Trabalho, ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego do estado de São Paulo. Quem se depara com o brilho das vitrines e a assepsia do ambiente destas grandes lojas talvez não imagine em que condições têm sido produzidas as mercadorias que ali ficam expostas. Apesar de estarem jurídica e tecnicamente distantes daquilo que acontece nas insalubres e invisíveis oficinas de costura, estes grandes centros de compras, que se gabam de sua sofisticação, modernidade e bom gosto, são estreitamente dependentes desta forma mais brutal de exploração do trabalho. As Lojas Marisa, por exemplo, mais de uma vez denunciada ao Ministério do Trabalho, constituem um bom exemplo de que, quando se trata da busca pelo lucro, não há qualquer contraditoriedade entre o lícito e o ilícito.

Com mais de 90 milhões de peças vendidas anualmente e mais de 40 milhões de clientes, a rede possui em seu cadastro empresas contratadas que por sua vez mantêm relações comerciais com outras empresas subcontratadas vinculadas a dezenas de pequenas oficinas de costura com imigrantes bolivianos. Segundo os auditores, as empresas fornecedoras intermediárias funcionam “como verdadeiras células de produção da empresa Marisa Lojas S/A, todas interligadas em rede por contratos simulando prestação de serviço, mas que, na realidade, encobertam nítida relação de emprego entre todos os obreiros das empresas interpostas e a empresa autuada”.[10]

Nessa cadeia de subcontratação, na presença de processos terceirizados, quarteirizados ou quinteirizados, empresas como as Lojas Marisa não se responsabilizam pelas relações de trabalho semiescravo existentes, ainda que a produção das oficinas na base da cadeia muitas vezes seja exclusiva à empresa contratante, que por sua vez define as condições de preço e qualidade dos produtos, a maquinaria utilizada e até a organização do trabalho.

A multinacional de origem holandesa C&A também integra a lista das grandes redes varejistas [retalhistas] que utilizam trabalho forçado. Desde 2004, tem sido identificada presença de trabalho migrante boliviano em oficinas subcontratadas pela rede, nas quais as jornadas de trabalho chegam a 14 horas diárias para um salário médio mensal de R$ 300,00. A multinacional ainda é acusada de manter fornecedores que utilizam mão-de-obra subcontratada de falsas cooperativas em Bauru e outras cidades do interior de São Paulo.[11]
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As redes de subcontratação que permitem ao capital evitar “custos externos” está diretamente relacionada com o trabalho precarizado. Dessa maneira, a força de trabalho andina, através das redes de subcontratação, mantém a reprodução da indústria têxtil paulista em condições de acumulação flexível, o que é cada vez mais estimulado pela necessidade de se competir com os produtos chineses. São as relações sociais e comerciais entre os trabalhadores migrantes, donos de oficina e grandes redes de roupa varejista que estruturam a cadeia produtiva no ramo da confecção.

giseleMesmo estando dispersos pelas ramificações da cadeia de subcontratação, os trabalhadores migrantes trabalham sob o ritmo e o controle altamente hierarquizado da empresa contratante, que aplica seus sistemas just-in-time e inclui auditorias de qualidade na forma de vistorias. Mais do que informais, os costureiros andinos são clandestinos, condição ainda mais propensa à super-exploração, ideal para os requisitos do capital que depende da transferência de valor entre as empresas contratadas e subcontratadas.

Apesar da iniciativa da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE/SP) de criar, em 2007, o Pacto Municipal Tripartite Contra a Fraude e a Precarização e pelo Emprego e Trabalho Decentes em São Paulo, a condição dos trabalhadores migrantes tem mudado pouco ou quase nada. A iniciativa, que também envolve as redes Riachuelo e Renner, se trava quando o assunto é responsabilizar o grande capital por questões trabalhistas “que já não lhe competem”.

PS: Enquanto preparávamos este artigo, tornava-se público o uso de trabalho semiescravo, nas mesmíssimas condições descritas acima, para a confecção de 230 mil coletes para recenseadores do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]. Neste caso, a empresa vencedora de uma licitação de RS 4,3 milhões repassou mais de 99% da sua produção para terceiros. Uma dessas empresas, por sua vez, subcontratou uma oficina de costura localizada no bairro da Casa Verde, em São Paulo, que mantinha 15 bolivianos sem visto em jornadas de trabalho que iam das 7 às 22h, de segunda a sábado. Ressalte-se que o edital de licitação lançado pelo IBGE proibia qualquer tipo de subcontratação.

Notas

[1] Dados recolhidos de reportagens da ONG Repórter Brasil e de Cymbalista, Renato; Iara Rolnik Xavier.A comunidade boliviana em São Paulo: definindo padrões de territorialidade, Cadernos Metrópole, n. 17, São Paulo, dic. 2007.
[2] Desde a reforma agrária de 1953, as terras do altiplano boliviano foram repartidas em parcelas. Com o passar dos anos, estes lotes foram sendo acoplados a pequenas e médias propriedades, dando origem aos minifúndios. Tendo chegado ao seu limite, este modelo de repartição de terra não é capaz de absorver mais mão-de-obra além daquela já empregada.

[3]
Arroyo Jiménez, Marcelo (coord.). La migración internacional: una opción frente a la pobreza. Impacto socioeconómico de las remesas en el área metropolitana de La Paz. La Paz: PIEB, 2009.
[4] A ausência de informação adequada pode explicar a baixa quantidade de imigrantes bolivianos anistiados pelas últimas iniciativas do governo brasileiro: foram 27 mil anistias em 1981, 30 mil em 1988 e 37 mil em 1998.

[5]
Nobrega, Ricardo. Migraciones y modernidad brasileña: italianos, nordestinos y bolivianos en San Pablo. In: Novick, Susana (comp.). Las migraciones en America Latina. Políticas, culturas y estrategias. Buenos Aires: CLACSO, 2008.
[6] É o que revela o trabalho jornalístico realizado pela ONG Repórter-Brasil, que tem acompanhado o caso do trabalho semiescravo de imigrantes bolivianos em São Paulo.

[7] Responsáveis pelo recrutamento dos migrantes através de rádios bolivianas locais e anúncios em jornais, além da travessia fronteiriça clandestina e chegada a São Paulo.

[8] Termo xenófobo e racista usado para identificar os migrantes bolivianos em São Paulo.

[9] Dados recolhidos de reportagens da ONG Repórter Brasil e de Cymbalista; Xavier, 2007.

[10] De acordo com a reportagem da ONG Repórter Brasil, de 17/03/10.

[11] Segundo reportagem da ONG Repórter Brasil, de 14/04/08.

*http://passapalavra.info/?p=31342

20 de novembro de 2010

Moda e Modas



O conceito moda na estatística é o número que mais aparece. Entretanto, quando falamos de moda no conjunto de características que a sociedade pode expressar, acabamos por selecionar um número de tipos de estilos que aparecem mais também. E nos esquecemos das outros que a nossa realidade não pode dar conta, pois existem expressões de vestimentas em todos os grupos sociais, seja qual ele for. Quando registrei essas fotos, estava no shopping de Burbank - CA. Eu bati o olho nessa gravata e pensei como os grupos podem trabalhar o mesmo objeto numa vestimenta. E a gravata nesse caso tem um sigficiado extraordinário, pois é um dia de evento, é uma ocasião especial que exige um traje mais formal, porém. é um concurso de Rap!

15 de novembro de 2010

Luxo, popular e países emergentes.

Uma matéria publicada na Folha de São Paulo* ressalta que o mercado de luxo cresce e crescerá nos próximos anos na China, Índia e no Brasil. E no caso brasileiro, há problemas relacionados aos impostos, já que a tributação encarece os produtos, e pegar um avião até NY é mais fácil. 
Talvez, não só no ponto de vista do encarecimento do produto, mas da origem do produto, buscá-lo em NY agrega mais valor, do que comprá-lo na Oscar Freire ou em Brasília. Ou não. O mercado pode crescer e desenvolver novos relacionamentos em termos de marca, produto e consumidores.  
Contudo, isso é para o mercado de luxo, e para as marcas populares?

Pensei numa situação recente que simulei, comprar uma calça jeans da GAP e verificar o valor de entrega aqui em Los Angeles, e o valor da entrega para o Brasil. Vejamos a conta:

Merchandise $59.50
3-5 business days $7.00
Estimated tax Actual tax will be calculated $6.48
Total $72.98
Ou para entrega no Brasil.
Merchandise $108.10
3-5 business days $114.20
Duty & VAT $81.40
Total $303.70


A peça saí do seu país de origem, local onde certa parcela do mercado pode consumi-la ; E chega no país emergente, com um valor bem diferenciado e com restrições do mercado consumidor; respeitanto gosto, renda e estilos de vida. 

Os produtos da Victoria Secrets, aqui nos EUA custam 6 por $30; No Brasil, cada produto é vendido em torno de $ 40 reais. A margem de lucro parece interessante. A marca tem 1 loja dentro do aeroporto de internacional de Guarulhos. Mas já pensa em aumentar a rede. 

Bom, as marcas populares já apostam. Talvez, para o mercado de luxo, os países periféricos [emergentes] é o fermento do bolo para o crescimento de suas marcas.



*(14/11/2010 - 12h01)
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/830480-mercado-de-luxo-cresce-com-emergentes.shtml

12 de novembro de 2010

[Substantivo coletivo.

[Substantivo coletivo
de roupas
Enxoval = roupas;
Trouxa = roupas;
roupas. quando enroladas = trouxa, quando pequenas e cozidas umas às outras para não se extraviarem na lavagem.)

Mi Medrado: Toalha Antiformigas! tecidos tecnológico.

Mi Medrado: Toalha Antiformigas! tecidos tecnológico.: "Toalha antiformigas! Mais um tecido tecnológico no mercado. É uma toalha que inibe a rota das formigas sob a mesa, consequentemente nos ali..."

11 de novembro de 2010

Toalha Antiformigas! tecidos tecnológico.

Toalha antiformigas!
Mais um tecido tecnológico no mercado.

É uma toalha que inibe a rota das formigas sob a mesa, consequentemente nos alimentos.
As fibras do tecido são tratadas por uma substância que motiva a repelência às formigas, característica que evita a aproximação do inseto, ou se forem audaciosas ficarão no tecido por um curto período de tempo.
A quantidade de substância química existente na toalha, apenas afasta as formigas, e não causam nenhum risco aos alimentos.

Sua durabilidade é 100% de eficácia até 30 lavagens, desde que não sejam usados cloro ou peróxido.

O produto foi desenvolvido pela Karsten., empresa brasileira, localizada em Blumenau - SC.

10 de novembro de 2010

O significado que cada objeto carrega - papoula de papel


O atrito diplomático entre Pequim e Londres por conta da papoula de papel, que aconteceu nesta quarta-feira (10.11.10), é emblemático para reforçar como cada nação atribui diferentes significados para um mesmo objeto. E como a vestimenta anuncia e demarca territórios. Neste caso, gerou conflitos que a diplomacia [política] não engoliu.

Para os chineses a flor da popula é um símbolo de derrota, pois significa as perdas sofridas nas guerras pelo ópio, cuja disputa era de exploração comercial da China sofrida pela Grã-Bretanha (1839–1842 e 1856–1860).
Entretanto, como a Grã-Bretanha foi vencedora, ela homenageia os soldados mortos pela pátria nessas guerras, com a flor da papoula. A homenagem é anual e inicia no final de outubro e deve ser portada até o dia 11 de novembro.

O primeiro-ministro britânico, não atendeu ao pedido oficial de Pequim. Entretanto, eles não deixaram de se reunir, mas o decoro foi quebrado, e isso algum dia será recordado e justificado em embates diplomaticos-políticos-econômicos. A Grã-Bretanha não é mais potencia mundial e a China se desenvolve.

1 de novembro de 2010

Dossiê ou Dossi.ê!

Recentemente alterei algumas abas de organização temática aqui no blog, passei a compreender que tudo que se refere à moda brasileira será tratado aqui como dossiê que é conjunto de documentos sobre uma instituição.E que segun do a definição da Wikipedia - Dossiê geralmente contém uma biografia ou informações detalhadas para análise sobre um interesse em especial.

4 de outubro de 2010

Chapéu

Chapéu

A palavra chapéu vem do latim - Cappellum, e segundo o dicionário Houaiss, chapéu é uma peça que veste a cabeça. A definição francesa diz que chapaeu pode ser compreendido também para gorros, boinas e até turbantes.

Esta peça que veste a cabeça, é historicamente notada sobre os corpos desde a Mesopotâmia (VI milênio a.C), os que portavam eram consierados dignos de respeito. Na Antiga Roma meados em 1.000 a.C., os escravos foram proibidos de usar chapéus, assim, quando libertos adotaram uma peça para a cabeça, semelhante ao barrete que é um boné em forma de cone, com a ponta caída para algum lado - que simbolizava a Liberdade. A inspiração deste modelo, foi usado durante a Revolução Francesa (final do século 18), recebendo o nome de bonnet rouge.

O interessante é perceber que este acessório que por vezes parece simples ou êfemero, é marcado como uma peça que denota hierarquia e função, condição social e local de origem.

Hoje, a atualização desta peça podemos encontrá-la em diversas situações, ou seja, para a proteção de um trabalhador, ou em momentos de pompa e glamour. Sem dizer que, cada sociedade adotou a peça dando usos e formatos diferentes... Nos recordemos dos modelos para o sol feitos de palha, como estilizaram os mexicanos, que tem seus sombreiros; Ou nos modelos para o frio, peça caracteristica para o inverno extremo norte da Europa, que usam os lapões, feitos de lã ou pêlo. Ou para composição de um estilo romântico, agora em tempos de primavera, nos faz lembrar de seu uso com flores e delicadeza.

E lembrem-se: Chapeleiro é aquele que confecciona o chapéu. A chapelaria é o local onde este é feito e/ou vendido. A chapeleira é a caixa onde é guardado. A chapelada é o hábito de saudar alguém tirando o chapéu. Ufa. É quase um trava-língua!

Materia originalmente publicada na minha coluna na Revista Roteiro da Moda.

30 de setembro de 2010

Agora a Moda deve ser considerada como cultura.

Aconteceu entre os dias 26 e 28 em Salvador na Bahia, o I Seminário de Cultura da Moda, que teve por objetivo traçar diretrizes para o primeiro Plano Cultural para o setor.

O processo da moda receber o crivo de cultura, iniciou o trâmite na gestão do ministro Gilberto Gil, e se consolidou, agora na atual gestão do ministro Juca Ferreira. Esta confirmação aconteceu na 2ª Conferência Nacional de Cultura, em março de 2010, quando foram colocadas propostas para identificar a moda como expressão da cultura e com potencial de revelar a identidade nacional, justificando sua entrada na pauta das diretrizes culturais do pais.

Neste I Seminário de Cultura da Moda, foram eleitos 150 representantes da cadeia produtiva, entre eles Paulo Borges, Alexandre Herchcovitch e Walter Rodrigues, pesquisadores e professores como João Braga, além de outros profissionais do setor. Umas das pautas do seminário foi organizar um Colegiado setorial de moda que tem por finalidade propor formulações de políticas públicas.

Novidades devem acontecer neste âmbito. Vamos aguardar o que vem por aí, afinal, isso é uma postura inovadora para os profissionais do setor e para a sociedade civil.

Se algum dia falava-se que moda era futilidade ou coisa de mulher, isso deve ser repensando. Agora podemos falar que a moda está no conjunto da cidadania… E cidadãos comuns, com estilos mais diversos, podem perceber ou dizer que as vestimentas dão e são identidade social e que por ela construímos história, valores e significados.

Sei que os pesquisadores de longa data sempre disseram isso, mas houve a necessidade do estatuto do Estado, para que isso acontecesse. Espero que a sociedade colha bons frutos desta iniciativa.

Materia originalmente publicada na minha coluna na Revista Roteiro da Moda.

27 de setembro de 2010

Agora a MODA também é cultura!

Começou ontem dia 26 de setembro, em Salvador - BA, o I Seminário de Cultura da Moda, 150 representantes da cadeia produtiva de moda, estão reunidos para traçar diretrizes para o primeiro Plano Cultural para o setor.
Além de discutir o Plano Nacional elegerão 15 representantes que irão compor o Colegiado setorial de moda, dentro do Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC). O órgão colegiado integrante do Ministério da Cultura, tem como finalidade propor a formulação de políticas públicas, com vistas a promover a articulação e o debate nos diferentes níveis de governo e sociedade civil, para o desenvolvimento e o fomento das atividades culturais em âmbito nacional.

O Ministério da Cultura* diz:
A moda passa a ser compreendida definitivamente como uma linguagem artística, assim como a música, o teatro, o cinema, com potencial de revelar a identidade do país.
Na prática, uma política cultural para a moda irá valorizar a criação, a inovação e a experimentação, fazendo com que os valores culturais do país sejam agregados a produtos de uma economia da cultura sofisticada e internacional como essa. Outro pilar fundamental é o da memória: a política deve valorizar e registrar as criações e os fazeres do setor como patrimônio cultural.
Ao ser compreendida como linguagem artística, a moda passa a ser alvo de financiamento público no âmbito do Ministério da Cultura.
www.cultura.gov.br/site/2010/09/24/i-seminario-cultural-da-moda

9 de setembro de 2010

Institucionalização da moda como cultura?

A minha expectativa da Moda ser institucionalizada como representação cultural é grande. Deste modo, fui pesquisar o o que já havia sido publicado sobre o tema na Internet. E percebi que não houve grande alarde, somente alguns blogs do segmento colocaram a questão em pauta, entretanto, impulsionados pela realização do Seminário Nacional de Moda, em Salvador - BA, e não pelo seu conteúdo e debate, pois não vi comentários ou parecer politizado desse momento histórico.
O Ministério da Cultura, publicou em 2008, 1 texto justificando seu posicionamento e validação sobre esse processo de consideração da moda como linguagem artística.
Segundo um dos proponentes desse projeto, Paulo Borges, a conversa iniciou na gestão do Gilberto Gil, e está via de ser consolidada, nos últimos meses da gestão de Juca Ferreira.

Vejamos o texto do MinC*.
Estimular a produção de design, moda e vestuário como meios de expressão da diversidade e dinamização estratégica da economia.
O Brasil ocupa posição de relativo destaque no mercado global da moda e abriga um dos dez maiores parques têxteis do mundo. Após recuperar-se da crise provocada pelo choque da abertura de mercado nos anos 90, formou uma indústria de vestuário com 30 mil empresas, responsável pela criação de mais de um milhão de postos de trabalho.
A moda é parte integrante e representativa da diversidade e um relevante segmento a ser tratado pelas políticas públicas, como expressão das mudanças culturais periódicas nos estilos de vestimenta e nos demais detalhes da ornamentação pessoal. Deve ser entendida como o diálogo entre valores culturais locais, nacionais e internacionais e pela importância econômica de vários dos seus segmentos.
Os desafios colocados para a formulação da política nacional de cultura são: promover o diálogo pleno entre a moda e as demais linguagens artísticas e expressões; preservar a memória da moda nacional; apoiar e promover a pesquisa e a formação profissional; e fomentar sua produção.

Reprodução na íntegra e retirado do site:
http://www.cultura.gov.br/site/pnc/diagnosticos-e-desafios/manifestacoes-culturais/moda/
Materia publicada em 16 de maio de 2008.

7 de setembro de 2010

História do Trench coat

Materia originalmente publicada na minha coluna na Revista Roteiro da Moda.

Inverno brasileiro! E às vezes a cidade paulistana*, velha conhecida como terra da garoa, nos faz sentir o orvalho, popularmente conhecido como sereno, durante a noite ou nas primeiras horas da manhã. E assim, precisamos proteger nossos corpos com muito estilo, e do que precisamos? De um trench coat! Claro, é algo que não pode faltar...
Como tudo nessa vida, um dia foi pensando e construído por alguém, vale a indagação ... Quem fez as primeiras versões dessa peça?
Tendo como principal objetivo proteger do frio e da chuva. O nome que a peça recebeu já enunciava sua função; Trench: palavra de origem inglesa quer dizer trincheira e coat: casaco... Com a junção dessas palavras já compreendemos a sua existência: nasceu para nos proteger da forte trincheira do frio!
A concepção do primeiro trench coat, revindica referência de nascimento por duas marcas, que apareceram com o feito nos idos do século XIX, pela Aquascutum por volta de 1850, e pela Burberry 1880.
A Burberry ganhou notoriedade e memória, porque o britânico Thomas Burberry, também invetor do tecido gabardine, encaminhou seu projeto de trench coat ao Exército do Reino Unido, em 1901. Na I Guerra Mundial britânicos e os franceses utilizaram a peça, na composição dos seus uniformes.
Entre os períodos de guerras o trench coat chegou aos figurinos hollywoodianos, atores passaram a usá-las ao encenarem papéis de gangters ou personagens tidos como 'durões'. Tornando- se popularmente conhecido nas décadas de 30 e 40.
Na Segunda Guerra Mundial, o trench coat, retorna mais sofisticado, foram acrescentados dragonas e anéis de metal, e faz parte dos uniformes das forças armadas do Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha nazista à União Soviética. Entretanto, aos poucos foi sendo substítuido por casacos curtos, pois facilitava a mobilidade nos campos de guerra.
Ao término da II Guerra Mundial, muitos aderiram o uso da peça. Aos poucos foi se tornando um artigo de vestimenta civil. O movimento punk também demarcou o uso do trench coat ao longo da década de 70.
Hoje independente de exercíto, movimento punk, ele chega aos nossos armários com muito estilo e proteção ao nosso cotidiano.

4 de setembro de 2010

Convite à leitura: Macedo, Alencar, Machado e as roupas*.

Este artigo escrito pela Gilda de Mello e Souza, observa por meio das obras dos romancistas brasileiros,da segunda metade do século XIX - Joaquim Manoel de Macedo, José de Alencar e Machado de Assis a forma que descreveram a vestimenta de seus personagens, em suas respectivas obras.
A leitura se faz relevante na medida que cada autor revela de maneira expressiva a importância que a vestimentas apresentam nas relações sociais.
Em breve resumo aqui, J.M. de Macedo no livro Rosa, no segundo capítulo chama atenção da personagem que para ser suficiente casadoura deveria porta-se vestimentas que revelam que o seu alto custo.
O enfoque de J. de Alencar é demonstrar que as roupas femininas compartilham das funções protocalares cotidianas,ou seja, ela constroem um 'termpo urbano'.
Entretanto, Machado de Assim observa a vestimenta masculina. Vale destacar esta passagem: 'Cada criatura humana não conta om uma alma apenas, mas com duas: "Uma que olha de dentro para fora e outra que olhapara dentro" e constitui a alma exterior. As duas almas, igualmente necessárias, completam o homem; mas é a exterior que estabelece a relação do indíviduo com o mundo, os valores, a opinião e, de certo modo, institui a identidade. (...) ".

Nota biográfica
Gilda de Mello e Souza, (1919-2005), filósofa.
Autora dos livros:
- O tupi e o alaúde: uma interpretação de Macunaíma.
- Mário de Andrade, obra escogida.
- Exercícios de leitura.
- Os melhores poemas de Mário de Andrade (seleção e apresentação).
- O espírito das roupas: a moda no século XIX.
- A ideia e o figurado.

Indicado para estudos em moda, literatura e sociedade.
* Macedo, Alencar, Machado e as roupas.Revista Novos Estudos CEBRAP. Março, 1995.p. 96-110

1 de setembro de 2010

Convite à leitura: A Etiqueta em Cruz das Almas.

Convite à leitura: A Etiqueta em Cruz das Almas*.
Este artigo traz à luz traços do cotidiano do interior bahiano da final da década de 40. O autor empreendeu uma pesquisa acerca das prescrições cotidianas, ou seja, aquilo que chamamos de Etiqueta, e na realidade são maneiras indicadas para um bom relacionamento em uma comunidade. E na ausência do cumprimento, isso pode gerar algumas implicações de desconfortos sociais e de tratamento no grupo.
Ele dividiu o modo tratamento como:
- Demonstrções de chamamentos denotam posição social e distinção na relacões quando usa-se o Senhor, Você, e Mecê;ou ocasiões de pedir à benção ou dar abraços;
- Forma ritual de beber água ardente entre amigos e no botequim;
- Momentos que o descumprimento das regras pode gerar violência;
- Protestos ao presentear;
- Tomar o cafêzinho quando se é o anfitrião, ou a visita;
- E o ato de fazer compras nas vendas locais.

Este texto é muito interessante, pois com ele, é possível percebermos atos da nossa forma cotidiana de agir, frente as situações citadas acima, que são de forma reproduzidas, sem muito questionamento e devem ser realizadas de uma maneira singular, por todos nas mais diversas situações, porque senão, haverá reprovação da conduta no grupo social em questão.

Nota biográfica.
Donald Pierson, sociólogo americano, participou da missão das primeiras pesquisas da Escola de Sociologia e Política na metodologia americana, iniciada no final dos anos 30 até o final dos 40.

* Capa da publicação original. Livro Cruz das Almas: A Brazillian Village, capítulo "Etiquette". p. 33-43. Washington: Smithsonian Institution, 1951.

25 de agosto de 2010

Convite à leitura. Tempo e Tradição: Interpretando a antropologia.

O autor Roberto Cardoso de Oliveira, apresenta no texto - Tempo e Tradição: Interpretando a antropologia, as matrizes do pensamento antropológico, evidenciando as escolas de pensamento e seus paradigmas, e como as mesmas auxiliaram na construção da disciplina.
Para tal exercício pergunta-se: Qual é o SER da antropologia?

Esta indicação de leitura pode ser grande fonte de conhecimento, tanto aos pesquisadores em ciência sociais, como para àreas correlatas aos estudos da sociedade.
Digo isso, pelo fato de perceber que a antropologia, junto ao seu método que hoje se populariza - a etnografia, são utilizadas em diversos campos profissionais (neste caso cito diretamente o exemplo da Moda), para gerar dados e conhecimentos de uma dada realidade; Trabalho às vezes, empreendido sem compreensão do que se trata a disciplina, e o seu método.

O texto foi publicado em CARDOSO de OLIVEIRA, R.1988. Sobre o pensamento antropológico. RJ: Tempo Brasileiro.p13-25
Também é possível lê-lo neste site:
http://www.scribd.com/doc/28211218/Roberto-Cardoso-de-Oliveira-Tempo-e-tradicao


Nota biográfica.
Roberto Cardoso de Oliveira (1928 - 2006), antropológo brasileiro, nascido em São Paulo-SP.
Suas principais publicações são:
- “O Processo de Assimilação dos Terêna” Edição Museu Nacional, Série Livros I, Rio de Janeiro, 160 p.p., 1960.
“O Índio no Mundo dos Brancos: a Situação dos Tukúna do Alto Solimões” Difusão Européia do Livro, Coleção Corpo e Alma do Brasil, São Paulo, 143 p.p., 1964.
“Urbanização e Tribalismo” Zahar Editora, Rio de Janeiro, 237 p.p., 1968.
“A Sociologia do Brasil Indígena” Edições Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 149 p.p., 1972.
Edição Mexicana de “Urbanizacion y Tribalismo” Ediciones Especiales nº63 do Instituto Indigenista Interamericano, Mexico, 1972.
“Identidade, Etnia e Estrutura Social” Pioneira Editora, São Paulo, 118 p.p., 1978.
“Marcel Mauss” Editora Ática, São Paulo, 296 p.p., 1979.
“Enigmas e Soluções” Edições Tempo Brasileiro Ltda, 208 p.p., 1983.
“W. H. R. Rivers” (Org.) Editora Ática, São Paulo, 1985.
“Identidad y Etnicidad en America Latina” Nueva Imagm, Mexico, 1985.
“A crise do Indigenismo” Editora da Unicamp, Campinas, 96 p.p., 1988.
“Sobre o Pensamento Antropológico” Edições Tempo Brasileiro/CNPq, Rio de Janeiro, 201 p.p., 1988.
“A Antropologia de Rivers” Editora da Unicamp, Campinas, 1991
“Razão e Afetividade: O pensamento de L. Lévy-Bruhl” Editora da Unicamp, Campinas, 182 p.p. 1991.
“Estilos de Antropologia” com RUBEN, G. R. (Orgs.) Editora da Unicamp, Campinas. 213 p.p. 1995.
“Ensaios Antropológicos sobre Moral e Ética” Edições Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro. 188 p.p. 1996
“O Trabalho do Antropólogo” Paralelo 15 Editora, Brasilia. 220 p.p. 1998.
“Os Diários e suas Margens: Viagem aos Territórios Terêna e Tükúna”. Editora Universidade de Brasília, Brasília. 346 p.p. 2002.
Indicado para estudos sobre o papel do índio e o fazer entonológico; epistemologia da antropologia, e discussões acerca do 'fazer' antropológico.

24 de agosto de 2010

Convite à leitura. O homem no meio: o Designer

Neste ensaio Wright Mills, se preocupa em localizar o papel do designer americano, observando suas atividades e representações na lógica social, econômica e política.
A partir de 3 classificações:
- designer no aparelho cultural;
- o contexto econômico que o designer faz o seu trabalho;
- convida o leitor a analisar hipóteses que os norte-americanos estão em via de viver.

Este artigo compõe seu livro "Man in the middle: the designer. In: Horowitz, I,. org Power, politics and people: the collected essays of C. Wright Mills. New York. Oxford University Press, 1963. p. 374-86.
Em português encontrará na Coleção Grandes Cientistas Sociais. Wrigth Mills, Charles Editora Ática. Número 48.
10. O homem no meio: o Designe

Nota biográfica:
Charles Wright Mills (1916-1962), sociólogo americano, nascido no Texas - EUA.
Suas principais publicações são: A Imaginação Sociológica (1959), e A Elite e o Poder (1956).
Indicado para estudos de estruturas de poder e de classe nos EUA.

Quem produz tecidos tecnológicos?

Pesquisando a dinâmica dos tecidos tecnológicos no mercado, percebo que o uso desse material na produção das vestimentas aumentou. Entretanto, muitos produtores de moda, ainda tem dúvidas onde encontrar o tecido e quais empresas o fabricam.
Brevemente, apresento uma relação de empresas que produzem diversos tipos de tecidos tecnológicos, como a Diklatex, Santista Textil e a Karsten.

Neste primeiro post esta a Diklatex.
A Diklatex*, empresa brasileira, situada na região Sul do país, que desde 2001, que desenvolve tecidos tecnológicos destinados à prática esportiva.
Sua missão é prover tecidos industrializados com tecnologia aplicada para o mercado têxtil. Com a visão de ser a melhor empresa nacional em soluções inovadoras e tecnológicas no mercado têxtil.

A empresa produz 6 tipos de tecidos tecnológicos, são eles:
True Life Dry - tecido que proporciona rápida absorção e evaporação da umidade;
True Life Bio - tecido que prevene a formação de fungos, mofos e bactérias que se proliferam na umidade e no calor;
True Life UV - protege a pele dos raios UV;
True Life Silpure - protege do indesejável problema do odor no vestuário do atleta gerado pelo suor da constante transpiração;
XtremeFit Ceramic - o tecido em contato com a pele, ativa as funções celulares, melhorando significativamente o desempenho do atleta.

*http://www.diklatex.com.br

23 de agosto de 2010

Tecido tecnológicos, além do sportwear!

A Santista textil*, empresa brasileira, com fábricas espalhadas por todo território nacional. É velha conhecida na qualidade e inovação de seus produtos. Com uma linha exclusiva chamada Workfashion Santista Workwear - segmento caracterizado pela valorização da imagem corporativa. Seus tecidos reúnem a exigência de elegancia com conforto, funcionalidade e bem-estar.

Os tecidos que compõe a linha são:
> Antiestático o tecido inibe a geração de faíscas que podem causar incêndios ou explosões;
> Antimicrobial o tecido protege contra a proliferação de bactérias e fungos. Inibe a formação do odor por transpiração;
> Repelência a Água e Óleo, e à Agentes Químicos, o tecido aumenta a proteção ao usuário e a durabilidade da peça desenvolvida com ele;
> Anti-Mosquito o tecido protege o usuário contra agentes transmissores de doenças como dengue, malária, febre amarela, etc. A substância ativa do acabamento mantém os mosquitos afastados;
> Metal líquido o tratamento deste tecido repele o metal superaquecido não permitindo contato com o tecido por muito tempo. Inibe a ignição do fogo quando o tecido está em contato com metal incandescente;
> Retardante à Chama, este tecido inibe a propagação da chama. Ideal para utilização em ambientes de risco de incêndio, risco de arco elétrico e liberação de fagulhas ou labaredas.

*http://www.santistatextil.com.br

Acquablock ... Karsten.

A karsten*, é uma empresa familiar, sediada desde 1882 em Blumenau- SC/BR.
A empresa desenvolve o Acquablock, tecido impermeável indicado para o revestimento de estofados, cadeiras e almofadas. A empresa indica este material para feitura citada acima, entretanto, com o mesmo tecido pode ser feito bolsas, envelopes ou sacolas**.
Tem como missão oferecer moda atraente para ambientes e o bem estar das pessoas. Sua visão é ser referência mundial de qualidade e beleza, oferecendo produtos diferenciados através de uma equipe motivada e comprometida com a execelência de gestão.

*www.karsten.com.br

Tecidos tecnológicos e as marcas

Os chamados tecidos tecnológicos, desde que iniciei os estudos em 2008, começaram a ter melhor notoriedade e definições nas mídias...
Vejamos o materiais que estão no mercado ...

> Tecido Aqualight, um material que facilita os movimentos quando submersos na àgua.Pois o tecido retém àgua e areia, facilitando a secagem.
A Osklen* utiliza-o em muito de suas peças.
> O tecido Dry lite, facilita a evaporação rápida de suor, dando a sensação do corpo seco.
Tecido de Teflon, com resistência a líquidos e manchas, além de permitir a lavagem na máquina de lavar.
Material encontrado na marca VR**.
> Tecidos com aplicação de carbono nas fibras têxteis,reduzindo o acúmulo de energia eletrostática nas roupas.
Material encontrado na marca VR.
> Lã com tratamento antimicrobial, que inibe a proliferação de fungos e evita odores, alteração de cor e desbotamento.

*http://osklen.com
**www.vrmenswear.com.br/

22 de agosto de 2010

Costume Design - FIDM.

A terceira e útima foto da apresentação, é da loja dos estudantes da escola.


Fui visitar a exposição 5th Annual Outstanding Art of Television Costume Design, organizada pela Fidm* e que acontece na galeria da própria escola.
Infelizmente, não é permitido registrar nenhuma fotografia das peças expostas.
A exposição consistia em divulgar o figurino das séries da televisão que ganharam o Emmy**.
Além das peças dos seriados estavam expostas as peças do filme: Alice no país das maravilhas, Tim Burton, 2009.
Os seriados estão listado abaixo.

- Pushing Daisies
ABC/Warner Bros
Costumer designer: Robert Blackman
Costume Supervisor: Carol Kunz

- Bones
Fox
Costumer designer: Cynthia Summers
Costume Supervisor: Mary Matthews
http://www.fox.com/watch/bones/78156169001

- Big Love
HBO
Costumer designer: Chrisi Karvonides-Dushenko
Costume Supervisor: Debra A. Beebe
http://www.hbo.com/big-love/index.html

- True Blood
HBO
Costumer designer: Audry Fischer and J.R Hawbaker
Costume Supervisor: Debra A. Beebe
http://www.hbo.com/true-blood/index.html

- Treme
HBO
Costumer designer: Alonzo V. Wilson
Costume Supervisor: Ann Walters
http://www.hbo.com/treme/index.html

- The Good Wife
CBS
Costumer designer: Daniel Lawson
Costume Assistent: Jennifer Rogien Faletti and Daniele Hollywood
http://www.cbs.com/primetime/the_good_wife/

- Georgia O'Keeffe
Lifetime
Costumer designer: Michel P. Dennison and Michael Crow
Costume Supervisor: Frances Vega
http://www.mylifetime.com/movies/georgia-okeeffe

- Mad Men
AMC
Costumer designer: Janie Bryant
Costume Supervisor: Le Dawson
http://www.amctv.com/originals/madmen/

- Justified
FOX
Costumer designer: Ane Crabtree
Costume Supervisor: Michael A. Russel
http://www.fxnetworks.com/shows/originals/justified/

- Gleen
Fox
Costumer designer: Lou A. Eyrich
Costume Supervisor: Marisa Aboitiz

- Amish GraceMad Men
Lifetime
Costumer designer: Van Broughton Ramsey
Costume Supervisor: Betsey Potter
http://www.daemonstv.com/2010/03/27/amish-grace-on-lifetime-movie-network-starring-kimberly-williams-paisley/

- The Tudors
Showtime
Costumer designer: Jon Bergin
Costume Supervisor: Susan Cave
http://www.sho.com/site/tudors/home.do

- Return to Cranford
PBS
Costumer designer: Jenny Beavan and Charlotte Law
Costume Supervisor: Alison Beard


*http://fidm.edu
**http://www.emmys.tv/

20 de agosto de 2010

I Seminário Nacional de Moda

O Ministério da Cultura publicou ontem dia 19.08* que acontecerá em Salvador entre os dias 26 e 28 de setembro**, o I Seminário Nacional de Moda. O Seminário tem como objetivo discutir as políticas setoriais do Ministério da Cultura para o setor da Moda; Elegerão representantes para a formação de um Colegiado de Moda, conforme dispõe o regimento interno do Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC).
O evento é organizado pelas Secretarias Executiva de Políticas Culturais e pelo CNPC.
E as inscrições devem ser feitas no:
http://culturadigital.br/setorialmoda/


*http://www.cultura.gov.br/site/2010/08/19/seminario-nacional-de-moda-2/
**A primeira data (16 e 18 de setembro) foi alterada por problemas técnicos na organização.

24 de julho de 2010

Diversidade sexual ... Givenchy!



Léa T, transexual brasileira, uma das modelos que compõe o catalogo da Givenchy, da coleção Outono-inverno/2010.
Ela exala uma beleza imperial e com detalhes, retrô e andrôgeno.
Oriundo de Belo Horizonte - MG, sempre foi garoto educado, com vivências no Brasil e na Italia. Segudo a publicação da Vogue Paris [...] "dans une famille honorée et catholique".
Leo, sempre se dedicou a uma carreira na medicina veterinária.
Até que um dia encontrou Ricardo Tisci, da revista Vogue e aos poucos tornaram-se amigos. E numa certa noite, Ricardo encorajou Leo, a usar um sapatos escarpam para ir numa festa.
"Ça été une révelation" ...
Referências
http://www.vogue.fr/
http://www.givenchy.com/
http://www.wwd.com/media-news/fashion-memopad/tiscis-trans-europe-express-fashionair-paused-3063927?src=nl/mornReport/20100507#/article/media-news/fashion-memopad/tiscis-trans-europe-express-fashionair-paused-3063927?full=true
http://lh3.ggpht.com/_pfzuP4OKhXQ/TEUaoCpVpmI/AAAAAAAAKxY/VhHfD6jDDlk/s800/lea%20t..jpg


De plástico ou de verdade?




Logo que vi este arame com folhas verdes, fiquei atenta com a forma que tramaram as folhas secas e no arame. Realmente me chamou à atenção! Entretanto, ao me aproximar percebi que todas as folhas eram de poliéster... Lembrei-me das aulas de Estética na pós, lá na Sta Marcelina, de um texto sobre a plasticidade e o mimetismo que os materiais podem criar em determinadas representações.

Como fazer compras em Los Angeles

Materia originalmente publicada na minha coluna na Revista Roteiro da Moda.

Este é um post baseado na observação do ato de fazer compras nos EUA, sobretudo, em Los Angeles.

Comprar aqui tem sido algo bem interessante, pois diferencia-se de tudo que podemos experienciar no contexto brasileiro.
As vendas são realizadas pelas internet ou feita, pela tradicional ida à loja. Para incentivar as compras pela internet os propagadores mencionam que é possível comprar 24h por dia, 7 dias por semana,
Nos comerciais televisivos são transmitidos o website da marca. Dando a impressão que eles sempre estão abertos!

Entretanto, a forma de pagamento é o fator mais interessante de tudo. Depois de sua primeira compra certamente receberá cupons de descontos, em seu email, que pode ser compre 1 ganhe outro; em porcentagens ou simplesmente um produto gratuitamente. Sem contar os cartões personalizados das marcas, com descontos a partir de 15%, 20% ...
Talvez, ao ler esta descrição muitos podem pensar ... Será que ela fala de lojas populares? Não,ledo engano!
Lojas como GAP, Victoria Secret's, Guess ou lojas de departamentos que vendem peças de Marc by Marc Jacobs, Burberry e Calvin Klein, fazem isso, como é o caso da Bloomingdales.
As compras estadunidenses não são parceladas.
Nada é parcelado. Tudo é descontado.
Deste modo, vale à dica, se vier pra os EUA, já preencha o seu cadastro nos websites pra receber seus cupons de descontos, ou fazer seu cartão!
E ... às compras!

10 de julho de 2010

Extra! Extra ... A moda vai virar cultura?

É...! Moda vem pleiteando o seu status de cultura!
Desde o início do ano, estão sendo discutidas políticas públicas específicas para o setor da Moda.
Em março aconteceu a Pré-conferência do Setorial de Moda em conjunto ao Ministério da Cultura. A proposta do encontro foi de construir mais bases para geração de empregos e renda e obter o reconhecimento do seu valor criativo, acredita-se que com isso, aumentará os incentivos de verbas para o setor.
Um dos ideários deste feito é o estilista Ronaldo Fraga que ressalta que a moda deve ser também concebida com uma manifestação cultural, bem como a música e o teatro*.
Após a Pré- Conferência foi publicado no Diário Oficial da União no dia 25/06/2010 – Seção 1 p. 25, da portaria no 02 de 23/06/2010 a convocação dos representantes do setor de moda, bem como, o regimento interno para a seleção de representantes setoriais para o setor.

Aguardemos novos desdobramentos ...

* Trecho retirado da publicação do Chic - Glória Kalil.

3 de julho de 2010

American Woman: Fashioning a National Identity



Se aproxima o 04 julho, dia em que se comemora a independência dos Estados Unidos, do seu colonizador de povoamento - os Ingleses.
Como por aqui não há comemoração por direitos ou identidade adquirida por meio da indepedência, vale mencionar esta exposição que acontece até agosto/10, no Metropolitam, que visa registrar e regastar a identidade femenina americana.

E o que fazem por aqui no dia da independência?
Festejam suas conquistas por consumo e livre-iniciativa capital. Dia em que as lojas realizam suas principais promoções.


www.metmuseum.org/