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30 de setembro de 2010

Agora a Moda deve ser considerada como cultura.

Aconteceu entre os dias 26 e 28 em Salvador na Bahia, o I Seminário de Cultura da Moda, que teve por objetivo traçar diretrizes para o primeiro Plano Cultural para o setor.

O processo da moda receber o crivo de cultura, iniciou o trâmite na gestão do ministro Gilberto Gil, e se consolidou, agora na atual gestão do ministro Juca Ferreira. Esta confirmação aconteceu na 2ª Conferência Nacional de Cultura, em março de 2010, quando foram colocadas propostas para identificar a moda como expressão da cultura e com potencial de revelar a identidade nacional, justificando sua entrada na pauta das diretrizes culturais do pais.

Neste I Seminário de Cultura da Moda, foram eleitos 150 representantes da cadeia produtiva, entre eles Paulo Borges, Alexandre Herchcovitch e Walter Rodrigues, pesquisadores e professores como João Braga, além de outros profissionais do setor. Umas das pautas do seminário foi organizar um Colegiado setorial de moda que tem por finalidade propor formulações de políticas públicas.

Novidades devem acontecer neste âmbito. Vamos aguardar o que vem por aí, afinal, isso é uma postura inovadora para os profissionais do setor e para a sociedade civil.

Se algum dia falava-se que moda era futilidade ou coisa de mulher, isso deve ser repensando. Agora podemos falar que a moda está no conjunto da cidadania… E cidadãos comuns, com estilos mais diversos, podem perceber ou dizer que as vestimentas dão e são identidade social e que por ela construímos história, valores e significados.

Sei que os pesquisadores de longa data sempre disseram isso, mas houve a necessidade do estatuto do Estado, para que isso acontecesse. Espero que a sociedade colha bons frutos desta iniciativa.

Materia originalmente publicada na minha coluna na Revista Roteiro da Moda.

27 de setembro de 2010

Agora a MODA também é cultura!

Começou ontem dia 26 de setembro, em Salvador - BA, o I Seminário de Cultura da Moda, 150 representantes da cadeia produtiva de moda, estão reunidos para traçar diretrizes para o primeiro Plano Cultural para o setor.
Além de discutir o Plano Nacional elegerão 15 representantes que irão compor o Colegiado setorial de moda, dentro do Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC). O órgão colegiado integrante do Ministério da Cultura, tem como finalidade propor a formulação de políticas públicas, com vistas a promover a articulação e o debate nos diferentes níveis de governo e sociedade civil, para o desenvolvimento e o fomento das atividades culturais em âmbito nacional.

O Ministério da Cultura* diz:
A moda passa a ser compreendida definitivamente como uma linguagem artística, assim como a música, o teatro, o cinema, com potencial de revelar a identidade do país.
Na prática, uma política cultural para a moda irá valorizar a criação, a inovação e a experimentação, fazendo com que os valores culturais do país sejam agregados a produtos de uma economia da cultura sofisticada e internacional como essa. Outro pilar fundamental é o da memória: a política deve valorizar e registrar as criações e os fazeres do setor como patrimônio cultural.
Ao ser compreendida como linguagem artística, a moda passa a ser alvo de financiamento público no âmbito do Ministério da Cultura.
www.cultura.gov.br/site/2010/09/24/i-seminario-cultural-da-moda

9 de setembro de 2010

Institucionalização da moda como cultura?

A minha expectativa da Moda ser institucionalizada como representação cultural é grande. Deste modo, fui pesquisar o o que já havia sido publicado sobre o tema na Internet. E percebi que não houve grande alarde, somente alguns blogs do segmento colocaram a questão em pauta, entretanto, impulsionados pela realização do Seminário Nacional de Moda, em Salvador - BA, e não pelo seu conteúdo e debate, pois não vi comentários ou parecer politizado desse momento histórico.
O Ministério da Cultura, publicou em 2008, 1 texto justificando seu posicionamento e validação sobre esse processo de consideração da moda como linguagem artística.
Segundo um dos proponentes desse projeto, Paulo Borges, a conversa iniciou na gestão do Gilberto Gil, e está via de ser consolidada, nos últimos meses da gestão de Juca Ferreira.

Vejamos o texto do MinC*.
Estimular a produção de design, moda e vestuário como meios de expressão da diversidade e dinamização estratégica da economia.
O Brasil ocupa posição de relativo destaque no mercado global da moda e abriga um dos dez maiores parques têxteis do mundo. Após recuperar-se da crise provocada pelo choque da abertura de mercado nos anos 90, formou uma indústria de vestuário com 30 mil empresas, responsável pela criação de mais de um milhão de postos de trabalho.
A moda é parte integrante e representativa da diversidade e um relevante segmento a ser tratado pelas políticas públicas, como expressão das mudanças culturais periódicas nos estilos de vestimenta e nos demais detalhes da ornamentação pessoal. Deve ser entendida como o diálogo entre valores culturais locais, nacionais e internacionais e pela importância econômica de vários dos seus segmentos.
Os desafios colocados para a formulação da política nacional de cultura são: promover o diálogo pleno entre a moda e as demais linguagens artísticas e expressões; preservar a memória da moda nacional; apoiar e promover a pesquisa e a formação profissional; e fomentar sua produção.

Reprodução na íntegra e retirado do site:
http://www.cultura.gov.br/site/pnc/diagnosticos-e-desafios/manifestacoes-culturais/moda/
Materia publicada em 16 de maio de 2008.

7 de setembro de 2010

História do Trench coat

Materia originalmente publicada na minha coluna na Revista Roteiro da Moda.

Inverno brasileiro! E às vezes a cidade paulistana*, velha conhecida como terra da garoa, nos faz sentir o orvalho, popularmente conhecido como sereno, durante a noite ou nas primeiras horas da manhã. E assim, precisamos proteger nossos corpos com muito estilo, e do que precisamos? De um trench coat! Claro, é algo que não pode faltar...
Como tudo nessa vida, um dia foi pensando e construído por alguém, vale a indagação ... Quem fez as primeiras versões dessa peça?
Tendo como principal objetivo proteger do frio e da chuva. O nome que a peça recebeu já enunciava sua função; Trench: palavra de origem inglesa quer dizer trincheira e coat: casaco... Com a junção dessas palavras já compreendemos a sua existência: nasceu para nos proteger da forte trincheira do frio!
A concepção do primeiro trench coat, revindica referência de nascimento por duas marcas, que apareceram com o feito nos idos do século XIX, pela Aquascutum por volta de 1850, e pela Burberry 1880.
A Burberry ganhou notoriedade e memória, porque o britânico Thomas Burberry, também invetor do tecido gabardine, encaminhou seu projeto de trench coat ao Exército do Reino Unido, em 1901. Na I Guerra Mundial britânicos e os franceses utilizaram a peça, na composição dos seus uniformes.
Entre os períodos de guerras o trench coat chegou aos figurinos hollywoodianos, atores passaram a usá-las ao encenarem papéis de gangters ou personagens tidos como 'durões'. Tornando- se popularmente conhecido nas décadas de 30 e 40.
Na Segunda Guerra Mundial, o trench coat, retorna mais sofisticado, foram acrescentados dragonas e anéis de metal, e faz parte dos uniformes das forças armadas do Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha nazista à União Soviética. Entretanto, aos poucos foi sendo substítuido por casacos curtos, pois facilitava a mobilidade nos campos de guerra.
Ao término da II Guerra Mundial, muitos aderiram o uso da peça. Aos poucos foi se tornando um artigo de vestimenta civil. O movimento punk também demarcou o uso do trench coat ao longo da década de 70.
Hoje independente de exercíto, movimento punk, ele chega aos nossos armários com muito estilo e proteção ao nosso cotidiano.

4 de setembro de 2010

Convite à leitura: Macedo, Alencar, Machado e as roupas*.

Este artigo escrito pela Gilda de Mello e Souza, observa por meio das obras dos romancistas brasileiros,da segunda metade do século XIX - Joaquim Manoel de Macedo, José de Alencar e Machado de Assis a forma que descreveram a vestimenta de seus personagens, em suas respectivas obras.
A leitura se faz relevante na medida que cada autor revela de maneira expressiva a importância que a vestimentas apresentam nas relações sociais.
Em breve resumo aqui, J.M. de Macedo no livro Rosa, no segundo capítulo chama atenção da personagem que para ser suficiente casadoura deveria porta-se vestimentas que revelam que o seu alto custo.
O enfoque de J. de Alencar é demonstrar que as roupas femininas compartilham das funções protocalares cotidianas,ou seja, ela constroem um 'termpo urbano'.
Entretanto, Machado de Assim observa a vestimenta masculina. Vale destacar esta passagem: 'Cada criatura humana não conta om uma alma apenas, mas com duas: "Uma que olha de dentro para fora e outra que olhapara dentro" e constitui a alma exterior. As duas almas, igualmente necessárias, completam o homem; mas é a exterior que estabelece a relação do indíviduo com o mundo, os valores, a opinião e, de certo modo, institui a identidade. (...) ".

Nota biográfica
Gilda de Mello e Souza, (1919-2005), filósofa.
Autora dos livros:
- O tupi e o alaúde: uma interpretação de Macunaíma.
- Mário de Andrade, obra escogida.
- Exercícios de leitura.
- Os melhores poemas de Mário de Andrade (seleção e apresentação).
- O espírito das roupas: a moda no século XIX.
- A ideia e o figurado.

Indicado para estudos em moda, literatura e sociedade.
* Macedo, Alencar, Machado e as roupas.Revista Novos Estudos CEBRAP. Março, 1995.p. 96-110

1 de setembro de 2010

Convite à leitura: A Etiqueta em Cruz das Almas.

Convite à leitura: A Etiqueta em Cruz das Almas*.
Este artigo traz à luz traços do cotidiano do interior bahiano da final da década de 40. O autor empreendeu uma pesquisa acerca das prescrições cotidianas, ou seja, aquilo que chamamos de Etiqueta, e na realidade são maneiras indicadas para um bom relacionamento em uma comunidade. E na ausência do cumprimento, isso pode gerar algumas implicações de desconfortos sociais e de tratamento no grupo.
Ele dividiu o modo tratamento como:
- Demonstrções de chamamentos denotam posição social e distinção na relacões quando usa-se o Senhor, Você, e Mecê;ou ocasiões de pedir à benção ou dar abraços;
- Forma ritual de beber água ardente entre amigos e no botequim;
- Momentos que o descumprimento das regras pode gerar violência;
- Protestos ao presentear;
- Tomar o cafêzinho quando se é o anfitrião, ou a visita;
- E o ato de fazer compras nas vendas locais.

Este texto é muito interessante, pois com ele, é possível percebermos atos da nossa forma cotidiana de agir, frente as situações citadas acima, que são de forma reproduzidas, sem muito questionamento e devem ser realizadas de uma maneira singular, por todos nas mais diversas situações, porque senão, haverá reprovação da conduta no grupo social em questão.

Nota biográfica.
Donald Pierson, sociólogo americano, participou da missão das primeiras pesquisas da Escola de Sociologia e Política na metodologia americana, iniciada no final dos anos 30 até o final dos 40.

* Capa da publicação original. Livro Cruz das Almas: A Brazillian Village, capítulo "Etiquette". p. 33-43. Washington: Smithsonian Institution, 1951.